A Parte Baixa do Parque Nacional do Itatiaia, que de "baixa" não tem nada", com sua estrada principal culminando à 1100 metros de altitude e suas trilhas repletas de cachoeiras e mirantes que chegam a até 1800m, é um dos lugares mais incríveis do Brasil para quem curte pedalar em meio à natureza. Nesse roteiro você vai conhecer em detalhes um conjunto de trilhas situadas nessa parte do parque, composto inclusive por algumas de single track, que juntas formam um circuito que recebe o nome de Montserrat. Ao final você conta inclusive com um vídeo produzido pelo canal Bike & Places mostrando os melhores ângulos desse pedal!
Seu primeiro objetivo assim que começar a pedalar será chegar até a portaria da parte baixa do Parque Nacional do Itatiaia, que fica a exatos 6,5km de distância da Graal Itatiaia, ou a 4,7km da rodoviária de Itatiaia. Caso você precise de uma explicação mais detalhada desse trecho inicial, recomendamos que leia nosso roteiro chamado "PNI-Parte Baixa", mas lembre-se que também disponibilizamos aqui neste artigo botões com a rota no Strava, que você pode seguir para ter certeza de que não irá se perder ;)
Se você é morador de uma das cidades do entorno do parque, não se esqueça de levar comprovante de residência para conseguir um bom desconto no ingresso. Você pode consultar os preços atualizados clicando aqui. Passando pela portaria, você terá que subir 2,3km pelo asfalto até chegar no Mirante do Último Adeus, sua primeira atração. Vale a pena subir os poucos degraus para apreciar a belíssima vista e pegar um fôlego antes de cair na trilha.
Logo depois do mirante, literalmente, você verá uma placa do lado esquerdo da estrada que indica a saída para a primeira trilha do circuito, a Trilha Vinícius de Moraes. Os primeiros metros são de uma descida bastante íngreme, portanto, se você não tem prática nesse tipo de coisa, empurre ou vá com bastante cautela. Mas é só no início mesmo, para dar aquele friozinho na barriga.
Primeiro você irá percorrer um trecho de single track muito bonito por entre a mata, até passar por uma construção abandonada, seguida de uma ponte, onde desse ponto em diante o caminho é mais largo, por se tratar de uma antiga estrada.
Seguindo em frente você irá passar por um prédio utilizado pela administração do parque (mantendo-se à direita) e em seguida pela Casa do Pesquisador 1, que como o próprio nome sugere, é utilizada como hospedagem por pesquisadores que visitam o parque, um bom lugar reagrupar com a galera antes de prosseguir.
Continuando, você avistará uma placa que indica a continuação do circuito seguindo em frente. Nesse ponto há um caminho à direita que te levaria à Sede Administrativa do Parque e de volta à estrada principal (asfalto). Mantenha-se à esquerda, portanto. Até esse ponto você terá percorrido cerca de um quilômetro de trilha.
O próximo ponto de referência no caminho será a Casa do Pesquisador 2, que fica logo após mais uma ponte de madeira. Pouco depois você irá avisar do seu lado direito alguns quiosques, onde também há banheiros à disposição.
A subida que começa logo ao lado dos quiosques é a mais inclinada de todo o circuito, então ao avistá-la já trate de colocar na marcha certa e travar as suspensão. Ao final da subida você verá alguns degraus à sua direita e uma placa indicando que eles seguem em direção ao Centro de Visitantes, esse é o caminho que você terá que fazer para dar continuidade ao circuito, mas calma, antes disso você precisa conhecer as principais atrações desse passeio seguindo em frente.
A primeira dessas atrações estará logo à sua frente à esquerda, trata-se do Lago Azul, que pode ser acessado descendo alguns degraus, uma paisagem singular composta pelo poço natural e pela ponte que passa sobre ele, a qual você deverá atravessar em seguida para continuar o passeio.
Hora de passar por cima da ponte do Lago Azul e seguir em direção às próximas duas atrações, o Poço Espelho do Céu e a Cachoeira Itupi. Todo esse caminho a partir da ponte do lago, até pouco tempo atrás era parte de uma propriedade particular, de modo que os visitantes do parque não tinham acesso, mas recentemente a propriedade foi incorporada e agora temos o privilégio de ir pedalando ou caminhando até esses lugares lindos.
O caminho que se segue, de cerca de um quilômetro é uma mistura de paisagismo natural e artificial, o que acaba por criar uma experiência bastante marcante e agradável aos olhos.
Após pelo corredor de arvores da foto acima, você chegará ao Poço Espelho do Ceu, acessado a partir de uma pequena trilha à direita. Descer com a bike pode ser um pouco complicado, então talvez seja melhor deixar elas esperando um pouco no início da descida.
Ao chegar no lugar, caso o dia seja de céu azul você logo irá entender o porquê do nome. Trata-se de um enorme poço natural de águas calmas, onde a vontade de mergulhar é irresistível!
De volta ao caminho principal, continue subindo em direção à cachoeira. Em determinado momento você verá o que parece ser uma fortaleza, mas que na verdade é apenas um antigo canil, por incrível que pareça.
Pouco depois você terá que passar por um caminho de pedras cercado de flores que marca a chegada à principal atração desse passeio, a Cachoeira do Itupi. Primeiramente você verá o telhado de uma casa construída bem em frente à cachoeira (imagine ter um quintal como esse!)
Existem dois acessos à cachoeira, um descendo as escadas bem ao lado da casa, e outro mais à esquerda da casa, de onde inclusive é possível ter uma vista privilegiada da queda d'água antes de descer. Não deixe de explorar os arredores do lugar para não perder nenhum detalhe.
A cachoeira em si possui um formato bem diferente das que estamos acostumados a ver aqui na região, um único e potente filete de água, como se fosse uma grande torneira aberta. Aos seus pés forma-se um poço ideal para banho, que para acessar você terá que caminhar por entre as pedras, portanto, cuidado.
Após conhecer a cachoeira, será hora de retornar ao Lago Azul para dar continuidade ao Circuito Montserrat propriamente dito, que ainda reserva boas surpresar na sua segunda metade. Para isso, suba pelos degraus ao lado da placa em frente ao lago, que indica a direção para o Centro de Visitantes. Serão apenas alguns metros até você poder pedalar novamente.
A partir desse ponto você estará pedalando mais uma vez em uma trilha single track compartilhada com caminhantes, por esse motivo, para a segurança de todos, é que este sentido é o único permitido para bikes, ou seja, subindo, nunca descendo.
Pouco depois você avistará uma escadaria à esquerda, a qual você deverá ignorar enquanto continua pedalando pelo caminho à direita, uma trilha de 430 metros conhecida como "Trilha de Observação de Passaros", um ziguezague um pouco mais técnico, com curvas fechadas e raízes, sempre subindo, ótimo para quem quer praticar esse tipo de terreno em um local seguro.
Os últimos metros dessa trilha são difíceis de fazer pedalando, você provavelmente terá que empurrar um pouquinho até chegar aos degraus que você deverá subir à direita, para então pedalar mais um pouco até o Centro de Visitantes.
O Centro de Visitantes estará à sua direita, um grande prédio, antiga sede da fazenda que ocupava boa parte do parque antes de se tornar área de preservação e que hoje abriga um auditório, banheiros e um museu dedicado à história do lugar, com sessões sobre montanhismo, geologia, fauna e flora. Imperdível para quem gosta de ciência e aventura. Não deixe de dar a volta completa na estrutura para ver a verdadeira fachada que fica na parte de trás.
Depois de reabastecer as garrafinhas d'água, hora de continuar subindo pela estrada principal. Serão apenas mais alguns metros pelo asfalto até que ele termine e dê lugar à terra. 550 metros, pra ser mais exato, desde o centro de visitantes até o ponto em que você deverá virar à direita, saindo mais uma vez da estrada principal.
Após pegar a primeira à direita saindo da estrada principal, no ponto indicado pela foto acima, você seguirá em direção à próxima trilha do circuito, a Trilha das Borboletas. Desse ponto em diante uma boa dica para não se perder em eventuais bifurcações é sempre procurar pela seta amarela que indica a continuação do circuito.
Esta é uma trilha curta porém muito agradável de se fazer. De fato é comum ver borboletas ao longo do caminho. Ela termina em uma bifurcação onde você deverá virar à esquerda, sentido Hotel Donati, basta seguir as setas amarelas sempre.
Após virar à esquerda no final da Trilha das Borboletas, você irá subir por pouco mais de 500 metros até avistar uma saída à direita para a próxima e última trilha do Circuito Montserrat, a Trilha da Viúva Hansen.
A Trilha da Viúva Hansen é a mais legal de todo o circuito, por se tratar de uma descida praticamente constante em single track onde é possível ganhar um pouco mais de velocidade. No meio do caminho há uma casa que pertencia à tal viúva e que rende algumas fotos. Ao final, cuidado com a velocidade, pois as curvas são cada vez mais fechadas, não abuse.
Ao final da trilha você estará de volta ao asfalto da estrada principal, em um ponto pouco acima do Mirante do Último Adeus, de modo que para continuar retornando em direção à portaria, basta seguir à esquerda, na mão em que você já vai estar.
Abaixo você pode conferir o vídeo feito pelo canal Bike & Places, do nosso parceiro Duval, que nos acompanhou nessa aventura para documentar esse trajeto, não deixe de assistir, curtir, comentar e se inscrever!
Resumo
A partir da portaria da parte baixa do Parque Nacional do Itatiaia, suba até o Mirante do Último Adeus, de onde você deverá pegar a Trilha Vinícius de Moraes do lado direito da estrada, trilha esta que termina no Lago Azul, de onde você pode atravessar a ponte e seguir até a Cachoeira do Itupi, se desejar. Para continuar o circuito, basta seguir pelos degraus em frente ao lago, em direção ao Centro de Visitantes, passando pela Trilha de Observação de Passaros. A partir desse local, suba pela estrada principal até virar na primeira à direita em direção a Trilha das Borboletas. Em seguida, vire à esquerda, sentido Hotel Donate, até avistar a saída à direita para a Trilha da Viúva Hansen, que te levará de volta à estrada principal, em um ponto pouco acima do Mirante do Último Adeus, onde o circuito começou.
Considerações finais
O Circuito Montserrat é uma excelente opção de percurso, tanto para quem quer apenas passear em meio a natureza, quanto para quem quer desenvolver suas habilidades nesse tipo de terreno. Com locais para banho de rio, cachoeira e estrutura de apoio, como banheiros e bebedouros, dificilmente ele não irá ocupar um lugar na sua lista de pedais favoritos.
Ficha técnica
Bike recomendada: MTB
Terra/Trilha: 11km
Asfalto: 9km
Quilometragem total: 20km
Ganho de elevação: 740m
Exposição ao Sol: Baixa (dentro do parque)
Nível: AVANÇADO Atrações: Lago Azul; Cachoeira Itupi; Poço Espelho do Céu
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