Capelinha e Vargem Grande são dois dos distritos de Resende mais procurados pelos ciclistas da região, seja para um simples bate e volta no asfalto, seja como ponto de parada no caminho até destinos ainda mais distantes, como Visconde de Mauá e Fumaça, respectivamente. O que talvez nem todos saibam ou conheçam são os caminhos de terra que ligam ambos os distritos e as atrações que esses caminhos "escondem". Estamos falando dos pedais conhecidos como "Volta dos 50" e "Volta dos 60". Neste artigo iremos te mostrar em detalhes tudo que você precisa saber a respeito do mais curto deles, a Volta dos 50. Mesmo que você já conheça esse percurso, te convidamos a ler até o final, pois muito provavelmente você irá descobrir algo novo. Vem com a gente!
Antes de mais nada, é preciso explicar porque esse pedal ficou conhecido como "Volta dos 50". O termo "volta" faz referência ao fato de que se trata na verdade de um circuito, ou seja, onde a ida e a volta se dão por caminhos diferentes. Já o número 50, obviamente faz referência à quilometragem total aproximada de duração do mesmo, considerando o centro de Resende como ponto de partida e chegada. Neste roteiro, iremos descrever o circuito do ponto de vista de quem o faz pelo sentido mais comum e mais fácil, que é indo pela Capelinha e voltando pela Vargem Grande. Se você ainda não conhece esses dois distritos, recomendamos que primeiramente faça um bate e volta em cada um deles a partir de Resende, para se familiarizar com o trecho de asfalto do circuito. Você pode usar nossos roteiros detalhados de ambos para se preparar para esses pedais de reconhecimento, clicando aqui e aqui.
Para ficar mais prático, visto que o caminho até a Capelinha já foi coberto em outro roteiro, vamos considerar como ponto de partida dessa vez o bar e lanchonete "Parada Obrigatória". A partir dali você irá seguir pelo asfalto por mais 1,5km até o local que marca o início da Serra de Mauá. Nesse ponto, ao invés de seguir à esquerda serra acima, você irá virar à direita em uma estrada de terra.
Poucos metros depois de começar a pedalar na terra você irá se deparar com uma bifurcação, onde caso seguisse à direita iria chegar à área da Capelinha conhecida como Tambaqui. Ao invés disso, mantenha-se à esquerda, onde você irá fazer uma descida longa, a primeira de muitas nessa estrada.
O trecho que se segue logo após essa primeira descida é marcado pela presença de propriedades rurais de ambos os lados e pela sombra predominante devido ao grande número de árvores. No geral, o percurso inteiro tem como característica marcante a alternância, não somente entre subidas e descidas, mas também entre trechos de sombra e de descampados, o que ajuda a tornar o passeio menos monótono.
Durante boa parte do percurso o horizonte é dominado pelo complexo de montanhas que pertencem ao Parque Estadual da Pedra Selada, que formam paisagens deslumbrantes que merecem serem contempladas, portanto, pelo menos na primeira vez que você passar por esse caminho, vá com calma e aprecie sem moderação esse presente da natureza.
Cerca de 2,5km após aquela primeira bifurcação, você irá avistar uma saída à esquerda da estrada principal, que deve ser ignorada, pois apenas te levaria até algumas fazendas e casas. Siga em frente nesse ponto.
Uma coisa que você irá perceber ao pedalar por essa estrada é o quão bem conservada ela costuma estar, ainda mais se levar em consideração que a prefeitura de Resende precisa manter sozinha mais de 700km de estradas de terra em sua zona rural.
O próximo ponto de atenção será uma bifurcação a 1,4km após a saída à esquerda que você ignorou. Nela, mantenha-se à esquerda, ao invés de subir à direita, o que apenas te levaria a mais uma fazenda.
Após pedalar por mais 1,8km por lindas paisagens você irá chegar na bifurcação mais importante de todo o percurso. Até esse ponto, todo o caminho que você terá percorrido faz parte tanto da Volta dos 60 quanto da Volta dos 50. É nessa bifurcação que elas se dividem e você precisará decidir qual das duas voltas pretende completar. Se seguir à esquerda, irá fazer a Volta dos 60, que termina próximo à vila da Vargem Grande, já se seguir à direita, irá fazer a Volta dos 50, que termina na Ponte do Arco, sendo assim, siga pelo caminho à direita.
Menos de um quilômetro depois da bifurcação da Volta dos 60 você irá avistar uma ponte de madeira sobre um rio que corta uma área de pasto muito bonita. Aproveite para tirar algumas das melhores fotos de todo o percurso!
Os próximos quilômetros são marcados por algumas subidas um pouco mais íngremes e pelas fazendas ao longo do caminho. Inclusive, não se espante se você tiver que desviar de algumas vacas, só tente não assustá-las.
Pouco mais de dois quilômetros após àquela ponte de madeira você irá ver à sua esquerda uma espécie de totem de concreto, alto e fino, que lembra um poste de luz. Ele marca o início de uma trilha curta até o local conhecido como "Boca do Rego", onde além de tomar um ótimo banho de rio, você poderá avistar as ruínas de um antigo balneário. Alguém um dia viu o potencial turístico desse lugar, mas não conseguiu levar o negócio adiante por algum motivo, infelizmente.
Recomendamos não descer para o ribeirão sozinho(a). De preferência, se for fazer isso, esteja sempre em grupos de três ou mais pessoas, por uma questão de segurança, uma vez que da estrada não é possível ver ou ouvir nada que acontece lá embaixo. É possível empurrar a bicicleta até a beira do rio, se for o caso.
O lugar é muito bonito e bastante propício ao banho, com piscinas naturais e até mesmo uma pequena praia, dependendo da época do ano. O balneário abandonado dá um ar de mistério ao local, o que torna a experiência ainda mais marcante. Pelo que pesquisamos, o paredão atrás do balneário costumava ser usado por praticantes de rapel. Você pode encontrar mais informações a respeito desse lugar clicando aqui.
Não se esqueça de levar contigo todo possível lixo que gerar. É nosso dever ao pedalar, nos esforçar para causar o mínimo de impacto possível ao meio ambiente, sempre. Conhecer para preservar!
No trecho que se segue logo após o ribeirão, a estrada se torna mais estreita e é comum acontecer do mato estar alto de ambos os lados, então tenha muita atenção se tiver que dividir espaço com outros veículos e não abuse da velocidade para não levar "tapas" muito doloridos dos "braços" de capim.
Não demora muito para a estrada se alargar novamente e você ser presenteado mais uma vez com uma das melhores vistas da Pedra Selada. Não se esqueça de olhar para os lados de vez em quando para não perder a chance de apreciar a natureza da nossa região. Isso vale para todos os pedais por essas bandas!
Depois de pedalar por mais 4,5km desde a Boca do Rego você irá chegar à estrada de asfalto que liga Resende ao distrito de Vargem Grande, mais precisamente na Ponte do Arco. Como já dissemos, detalhes dessa estrada você pode encontrar no nosso roteiro específico da Vargem Grande.
E aí, o que achou? Você tem alguma informação adicional sobre a história desse antigo balneário? Sabe de alguma curiosidade a respeito desse pedal que nós não mencionamos? Nos conte nos comentários!
Ficha técnica
Tipo de bike recomendada: MTB
Estrada de terra: 13km
Trilha de bike: 0km Possui cachoeira: SIM.
Ganho de elevação: 603m
Nível: INTERMEDIÁRIO Atrações: Boca do Rego;
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Um dos trechos mais bonitos para se pedalar em Resende, na minha opinião. Excelentes fotos. 😉